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A garra de um time, o poder de um estádio e a força da torcida: Batendo em um coração

  • Márcio Júnior
  • 13 de out. de 2016
  • 4 min de leitura

A arte de jogar futebol precisa de um palco para realização das partidas e o encontro dos torcedores para apoiar os clubes. O que nasce disso é uma relação de paixão que une os times aos torcedores. Momentos históricos, craques, clássicos, times, rivalidade, gols, dribles marcam os estádios na memória dos amantes do futebol.

Os palcos mineiros têm muita história para contar. Alegria e frustrações fizeram da capital mineira um dos principais centros do futebol do Brasil.

A começar pelo Estádio Governador Magalhães Pinto, ou melhor dizendo, o Gigante da Pampulha ou Mineirão. O Mineirão começou a ser construído em 1960 e foi inaugurado em 1965. O objetivo da construção do estádio era atrair pessoas ocupando uma área isolada do terreno da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Outro motivo, é que os três times da capital tinham estádios com capacidade de cerca de 15 mil espectadores e o futebol já era o esporte mais popular no Brasil, as necessidades precisariam acompanhar o ritmo de crescimento da cidade. O projeto inicial era do Estádio Universitário ocupar a região, mas foi modificado pelos arquitetos Eduardo Mendes Guimarães e Gaspar Garreto. Então, começou a ser idealizado o Mineirão com capacidade de público de 100 mil pessoas.

A primeira partida ocorreu em 05 de setembro, de 1965, com a Seleção Mineira que venceu, por 1 a 0, os argentinos do River Plate. Logo depois, 7 de setembro, a seleção brasileira fez a primeira partida com time formado por jogadores do Palmeiras. Venceram o Uruguai, por 3 a 0.

Um dos primeiros jogos que marcaram o estádio foi a goleada do Cruzeiro sobre o Santos, em novembro de 1966. O time mineiro formado pela dupla Tostão e Dirceu Lopes venceu, por 6 a 2, os Santos de Pelé e Carlos Aberto Torres. Entre 1960 e 1970, formava-se a “Era Mineirão” que acentuava o crescimento do time jovem da capital, o Cruzeiro.

Quem diz sobre um momento memorável, é o ex-jogador do Cruzeiro, Paulinho McLaren. Paulinho entrou para a história do Mineirão fazendo uma comemoração imitando uma galinha no clássico contra o Atlético, em 1996. A comemoração na vitória, por 2 a 1, faz 20 anos. "Mineirão, uma inspiração única, palco de tantos grandes jogos e ter meu nome ligado a história desse monumento seja talvez uma das maiores expressões da minha alegria. Em relação a comemoração da galinha disse, "essa comemoração foi marcante para mim e também para o clube, e continuo com a mesma impressão, até porque recentemente fui imitado pelo Rafael e isso mostra o tamanho disso tudo, foi uma porta aberta para eternidade. Em relação ao gol que fiz e homenageei o Airton, foi surreal, e também especial porque falar de Airton Senna é respirar a conquista e, talvez, por isso essa comemoração se eternizou."


(Paulinho Mclaren imitando a galinha em 1996/ Foto retirada da internet)

Entre mais momentos, temos os dribles de Ronaldo no jogador Kanapkis do Atlético, em 1994, a conquista do Atlético-MG na Libertadores contra o Olímpia e a derrota da Seleção Brasileira, por 7 a 1, sob a Alemanha. Ainda temos craques que pisaram no gramado como: Tostão, Pelé, Dirceu Lopes, Reinaldo, Garrincha, Romário, Jair Bala, Messi, Ronaldinho Gaúcho, entre outros.

Desde então, o Mineirão já sediou eventos diversos, como: Copa do Mundo, Copa das Confederações, Libertadores, corridas de atletismo, corridas de automóveis, feiras de carros, exames de concursos públicos, grandes shows musicais, cerimônias cívicas, dentre outras atividades que fizeram do estádio um lugar singular de Belo Horizonte.

O Atlético-MG se apropriou afetivamente da Arena Independência desde sua reinauguração em abril de 2012. O estádio, que pertence ao América, foi inaugurado em 1950 para a Copa do Mundo, mas tinha uma capacidade inferior. Em 2010, o estádio foi demolido para construção da nova e moderna arena que ficou pronta em 2012. É considerado um “caldeirão” pelo forma que foi montada as arquibancadas, o modelo faz com que o torcedor intimide e bote pressão nos adversários. O estádio representou um marco na trajetória vitoriosa do Atlético na Copa Libertadores, o time ficou 38 jogos invictos até a primeira derrota, em agosto de 2013. Os famosos jargões “Caiu no Horto, tá Morto” e “Eu Acredito” foram símbolos que ajudaram construir a relação da torcida, estádio e clube.

O funcionário do Museu Brasileiro do Futebol (MBF), Mateus Muratori, conta um pouco dessa importância do estádio para os times. “O estádio com a equipe faz muita diferença, porque têm a inflamação da torcida, a torcida tá junto, no estádio dela, é a casa dela. Então, os jogadores se sentem mais a vontade e se dedicam mais na partida. A torcida joga pra cima quando tá dentro de casa”. “A importância do estádio para o time é grande, porque com o estádio você ganha identificação com o clube, com a torcida, com o bairro, com a localidade. Então, o estádio é primordial pras equipes, as equipes que não têm ou não adotam um estádio apenas para jogar, eu acho isso um problema, porque ela não consegue concentrar seu público, fazer o redor do estádio torcer pra ele, também não atrairia muita gente dependendo como fosse se locomover para os jogos. Mas têm times que se dão bem com dois estádios, igual no Uruguai, o Nacional joga no Parque Central e no Centenário”. Em relação à participação da torcida no jogo do Atlético-MG contra o Olímpia pela Libertadores, “com certeza fez diferença, porque naquele momento o time tava com a torcida”.

(Torcedores doaram suas bandeiras, agora fazem parte do acervo do Museu Brasileiro do Futebol/Foto: Dannyelle Paiva)

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